quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vovó

E sabe o quê? Hoje eu estava sentada na cama, lendo, enquanto passava a mão nos cabelos da minha mãe - que estava deitada no meu colo - e de vez em quando escutava o que vinha do filme que estava passando na tv - que, por sinal, era Barbie. É, eu sei, crucifiquem-me. Então minha mãe começou a falar de como a mãe dela inventava que estava com caspa na cabeça apenas para as filhas lhe fazerem um cafuné enquanto fingiam confirmar a história. E, sei lá, eu falei que gostaria de tê-la conhecido - é, ela morreu antes de eu nascer, infelizmente, minha mãe era mais nova que eu na época - e minha mãe disse que eu teria gostado dela e que ela teria sido uma pessoa muito boa para mim. 'Era doce, simpática...', foi o que minha mãe falou, com nostalgia. E já antes disso eu já tinha sentido as lágrimas nos olhos, mas segurei o choro e consegui esconder da minha mãe. É que... sei lá, eu realmente queria tê-la conhecido, sabe? Avós são legais, sei lá. Bem, eu tenho uma avó, mas não é bem do tipo que liga para mim se eu não ligar. Na verdade, da família do meu pai, incluindo o próprio, acho que a única pessoa que se importa comigo, e pode ter toda a certeza de que é recíproco, é uma das minhas tias. Eu adoro quando ela me liga para saber se estou bem. Você sente... família, sabe? Aí eu fico pensando, se a minha avó estivesse viva e tudo, eu acho que conversaria muito com ela, e faria cafuné e sei lá. Pelo que dizem, ela devia ser o tipo de pessoa com quem você conversaria. E... ah, sei lá.