domingo, 6 de junho de 2010

Things have changed for me...

Mudar é uma coisa deliciosamente assustadora. Você pode dizer que adora mudar, só para não cair na rotina, mas é só acontecer uma mudança grande demais que você já fica com um pé atrás. Ou não, sei lá, estou falando mais por mim.
O fato é que há um tempo, um motorista perdeu o controle do carro e acabou batendo-o na árvore que tem na frente da minha casa. A coitada acabou caindo (mas, na verdade, isso ajudou para que o carro não entrasse com tudo na garagem daqui), só que ela estava plantada ali desde... sei lá, desde antes de eu nascer, acho. Plantaram outra, mas quando ela estiver grande o bastante para fazer sombra, posso estar na Unicamp virando uma médica fodona, rs. Não, sério, o fato é que meio que eu sinto falta dela -q, e foi realmente estranho não vê-la mais ali, não ficar debaixo da sombra dela enquanto fico conversando com meus amigos ou enquanto tento desesperadamente achar minha chave.

Outro fato foi quando duas tias minhas trocaram de casa (aqui é meio que um condomínio familiar o-o). Tipo, o meu tio está com uns problemas respiratórios bem sérios e a casa tinha muita umidade. Resultado: minha tia trocou de casa com a irmã que morava na casa atrás pela saúde do marido. Só que assim, desde que a enorme casa dos meu avós foi desmembrada para virar as casas dos filhos (exceto uma), essa minha tia morava na frente e a outra atrás. Tipo, a área da casa dela era quase como se fosse uma reunião familiar diária, ou algo assim. Ainda meio que é, mas... sei lá, é muito estranho. Todos os quinze anos da minha vida eu estava acostumada com esse jeito, para depois mudar totalmente. Mas estou quase acostumando-me, vai.
A última foi hoje. Meu avô chegou ao ponto de estar velho demais para controlar sua próprias ações. Ele mora aqui também, com a casa ao lado da garagem, em cima da oficina dele (lê-se: coisinha que ele fez para bater no peito, orgulhoso, e dizer que não era inútil). Só que chegou no ponto onde não se pode mais confiar com ele sozinho, dormindo na cadeira de balanço dele, enquanto o portão da oficina está aberto para quem quiser entrar, invadir e roubar. Sem falar que ele ficou um pouco... como posso dizer... enxerido. E rua que é rua sempre começa a falar. Não que eu ache que ele sabe o que está fazendo, sei lá. Mas, definitivamente, ficar levando mulheres para o quarto dele naquela idade não é uma coisa muito boa. Se fosse ao menos mulheres que, hã, não precisa pagar depois do serviço... Se é que me entendem. Enfim, seus sete filhos resolverem finalmente tirar o coitado dali e conseguiram fazer uma reforma muito louca na maior casa daqui e fazer um quarto, banheiro e cozinha que todo solteiro aposentado queria ter. E o melhor: fica entre a casa de duas tias minhas. Uma deles com olho de águia. Ah, não pensem que ele aceitou isso numa boa. Mas, por favor, ele realmente não podia mais ficar ali. Eu não contei os detalhes sórdidos, sério.
A casa dele que ficava encima da oficina, aparentemente vai ser derrubada, sei lá. Não faço a mínima ideia do que vai acontecer com a oficina. Mas que vai ser estranho andar por aquele corredor lá embaixo e me deparar com meu avô na sua cadeirinha de balanço, ah isso vai.

Things have changed for me...

0 comentários: