quinta-feira, 3 de junho de 2010

Muito bem, pai

Muito bem, pai. Eu amo quando você resolve dar essas burradas sem sentido. Ótimo. Para que deixar tudo do jeito como estava, né? Afinal, estava tudo direitinho. E o senhor ama estragar tudo, né? E aí eu já consigo ver, vai fazer o mesmo de quando foi com a minha mãe. Emprego ótimo, mulher ótima, filhinha de quatro anos ótima. Mas nãão, você tinha que resolver trair minha mãe e ter um filho lá (depois de terem se separado, ok) com a outra que, no fim, acabou abandonando. Mas tudo bem, passou, tudo já muito bem superado, beleza.
Depois disso, uns cinco anos de negligência comigo. Visitas? Só em datas comemorativas, é claro! E por comemorativa, eu digo aniversário (dando uma boneca pra mim nos meus 12 anos, hein vacilão?) e dia dos pais. Mas, sabe, tudo bem. Eu tinha aprendido a não ligar.
E então, precisou do marido italiano da minha tia ficar um pouco bêbado e te dizer umas verdades, minha tia te dizer umas verdades, minha mãe te dizer umas verdades, para você resolver virar pai e se tocar que o dinheiro da pensão não é você.
Ah, mas você fez seu trabalho direitinho. Ligava, conversava, visitava, saía, até sabia quando eu estava doente! Depois da merda de emprego que tinha arranjado em mais uma burrada, estava em um emprego ótimo, na sua área. Arranjou até uma namorada legal! Que conseguíamos conversar por horas e não notar nenhum erro de concordância.
Mas você tinha que estragar, não tinha? Parece que não fica quieto quando isso não acontece. Primeiro, veio a histporia de sair do atual emprego e ir para um meio duvidoso (mas, aparentemente, esse não é uma merda e pans). Tudo bem. E aí começou a não atender o celular. Não ligar mais. Não aparecer mais lá na vó, onde eu podia falar contigo. Ta, ok, o celular é da empresa e blablabla. Custava comprar um chip novo? Acho que não.
Começou a não sair mais... A negligência voltara... Eu sabia que algo de podre tava rolando.
Na mosca.
Hoje, quando finalmente consegui falar com você, só para pedir para ir me buscar na Tang enquanto eu pensava que a gente podia depois ir num fast-food e pans, o podre aparece. Onde estava a namorada legal? Lá, uma outra loira, com cara de antipática, me encarou. E então eu entendi tudo. Ao descer do carro, perguntei pela namorada legal. É, ele ainda estava com ela. Junte dois mais dois e você descobre que ele a estava traindo. E nenhuma das duas sabeam. Você ainda me pediu segredo!!!!
Vai para a merda com o seu segredo. Arrenjou mais uma idiota que provavelmente não aceita que você tenha uma filha e o impede de vir se encontrar comigo, como foi com outras tantas. E você, idiota, obedece. Trai a única mulher que pareceu legal, que me aceitava na boa, que era inteligente e simpática.
E, o pior de tudo, não tem um pingo de vergonha de me dizer isso.
Sabe o que? Eu preferia que você tivesse me dado uma desculpa como sempre fez. Teria doído menos.

Idiota.

Um dia... crio coragem e digo tudo isso para ele.

5 comentários:

ChuckL disse...

Ele merece que você diga tudo isso para ele.
Você merece poder dizer tudo isso para ele.
Você podia ainda dizer para elas tudo que está acontecendo, se fosse a filha do seu namorado você ia gostar que ela fizesse isso (eu acho).

E eu realmente queria conversar contigo agora. Vou tentar te ligar amanhã.

Unknown disse...

Na conta Google da minha mãe, rs.

Cacilda, Teddy. Dou um [2] em tudo o que a V disse. Não é pra calar a boca e aceitar, porra. Fala para ele. Fala pra ele que ele merece ouvir isso, porque... argh! Que ódio.

Você não merece isso. Sério. Se você não falar, eu falo. Eu tenho o telefone dele. u_u

Hide and Seek disse...

Sabe, eu pensei em milhares de coisas pra dizer e tal. Mas... eu simplesmente não consigo reunir em coisas coerentes. A gente precisa conversar de verdade, coisa que a gente acaba não fazendo.

Eu queria muito, muito mesmo te dar um abraço muito forte agora porque, se fosse comigo, pelo menos, isso estaria doendo de mais. E eu estou chorando não sei porque, porque eu sou sentimental e entro em empatia muito fácil.

Deve ser muito, muito duro passar por isso, Teddy, mas você sabe que (e isso não é só aquele tipo de coisa que se diz em cartões de aniversário) a gente sempre, sempre vai estar do teu lado.

Mesmo.

Sunrise disse...

Ah, ter um pai ausente é mesmo horrível. Mas sei lá, acho que a pior parte é quando eles fingem que nada disso acontece.

Eu não posso dizer que entendo o que você está passando, mas eu também já tive problemas com meu pai, então acho que pelo menos com todo o sentimento desse post eu me identifiquei.

Foi lindo. Só digo isso.

Bianca Caroline Schweitzer disse...

Arrgh, que péssimo, péssimo, péssimo pai!
Não ligo para quantas são enganadas e traídas por ele, mas para ser pai é seguro e adequado que se torne maduro. a figura dele e a proteção que falta, acho que você pode conseguir resgatar ao dizer isso ou fazer isto por si mesma, simplesmente desabafar.
Eu sei que é perigoso dizer tanto se sou só uma leitora (e de uma postagem só), mas não vou me segurar. Ahn.
No mais, não acho absurdo que apesar do grande descuido, de fazer 'merda', ele te ame muito. É só o que eu acho, mas, bem, eu acho mesmo.


Desculpas ou culpas
da sua Quase-Leitora Quase Desconhecida.
(isso é de cinco dias atrás...)