quarta-feira, 31 de março de 2010

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Mãos dadas em um círculo. Cabeças baixas, olhos fechados, mas lágrimas à vista. Até mesmo no Sr. Insensível, uma cara de dor. Alguns murmuram a oração, outros falam, outros quase gritam, outros, mesmo que não a conheçam, tentam enrolar alguma coisa. Algo que mande forças. Algo que tenha força. Porque aquela que todos acreditam que nunca vão chegar perto, chegou. Aquela que a gente vê na tv, nos jornais e agradece porque nunca vai conhecer a gente, passou bem perto. Aquela que todos vamos encarar um dia e, apesar de todo mundo sabem, fingem surpresa quando contam. A velha morte. Passou perto e levou um pai que andava por aí em sua moto. Não o meu pai, nem o pai do meu melhor amigo, mas o pai daquela menina da sala, aquela que eu mal conheço. Levou ontem, mas choramos hoje. Ela não foi à escola, mas a sala se levantou. Demos as mãos. Rezamos, acreditando ou não na oração que falávamos com tanta força. Força. Porque é isso que a garota está precisando e é isso a única coisa que podemos lhe oferecer. O aniversário dela é hoje, seu pai morreu ontem. Força é a palavra que vai guiá-la agora. E eu chorei. Os motivos são inúmeros ou até mesmo nenhum e confesso que não sabia o que pensar enquanto eu murmurava a oração. Mas tentei lhe enviar forças, um pouco que seja. Porque imaginei como seria se fosse comigo e resolvi que a mínima força já seria um pouco de luz. É bem verdade que quando o tempo passou, apesar de tudo ainda martelar na cabeça de todos, continuaram a sorrir, brincar, viver. E não da para ser diferente. Porque, por mais cruel que possa parecer, não foi com a gente. Não ainda. Só passou perto...

Bem perto.

2 comentários:

Tangerina disse...

Porra, o aniversário da Ed é hoje?

Destino mau-caráter. Puta merda.

... É, eu não sei o que dizer. Desculpa.

João "Johnny" Roberto disse...

Nossa! O_O
Eu não sei o que dizer... se é que há o que se dizer...
...